O Dia da Marmota de Tom Cruise |
Bill Murray na Sessão da Tarde, clássico dos clássicos |
No Limite do Amanhã nos traz o Sargento Cage (Cruise), em meio a uma guerra da raça humana contra alienígenas que estão rapidamente dizimando nossa espécie. Mesmo não sendo um soldado de campo, o oficial acaba se vendo no meio da batalha derradeira contra a raça invasora, na famosa Normandia (já fazem 70 anos do Dia D hein...). Para surpresa de muitos Cage morre pouco depois de iniciar a batalha, assim como praticamente todos os humanos. Porém, acorda no início do mesmo dia. De início não consegue acreditar no que acontece, mas depois acaba descobrindo que acidentalmente adquiriu a habilidade de voltar no tempo através do contato com os aliens, o que acabava fazendo-os naturalmente imbatíveis, pois sempre podiam voltar no tempo e corrigir os erros dos confrontos. Com a ajuda da heroína de guerra Rita Vrataski (vivida pela lindíssima Emily Blunt), a única que não o considera um louco pois já passou pela mesma situação com relação à voltar no tempo.
"Eu te ajudo a dar um pau nos aliens. Mas para de babar..." *_* |
Impossível não relacionar a temática com a atual geração de jogos eletrônicos. Podemos hoje salvar quase que infinitamente durante a campanha de um jogo (quase, né Dark Souls), e se morrermos é só dar um load e não cometer o mesmo erro. Tom Cruise ficava praticamente dando load no dia da batalha contra os aliens
sempre aprendendo algo com sua morte em campo pra depois agir diferente no mesmo/seguinte dia. A questão cômica do filme vem justamente dessa reação do protagonista com esse vórtice ao qual está preso. Assim como no Feitiço do Tempo, o protagonista de início acha que deve estar louco ou em um sonho estrando, depois de repetir alguns dias, aceita a ideia e tenta tirar o melhor proveito possível de saber o que vai acontecer no dia por ter já vivido o mesmo. Se Tom Cruise não tem a cara de deboche do Bill Murray, as sua reações ao mesmo dia e as mesmas situações, assim como as várias maneiras em que ele morre tentando aprender com o inimigo são hilárias. Interessante também notar como os protagonistas acabaram usando a prisão temporal para se aprimorarem, o personagem de Bill Murray aprendeu a tocar piano em "um" dia, e o de Tom Cruise virou o melhor soldado possível de tanto treinar nesse mesmo "um" dia.
Tom Cruise, por ser o ator mais lucrativo de Hollywood, acaba criando uma imagem pré-conceituosa nos mais leigos de que se trata apenas de um galã, sem muito talento. Algo que suas três indicações ao Oscar negam. E, apesar de ter feitos filmes no máximo medianos nos últimos anos, é daqueles profissionais que sempre se esforça em qualquer projeto. E como o cara do Missão Impossível tá divertido nesse novo filme. Pois seu personagem é uma pessoa comum aprendendo a viver com a situação estranha e cômica em que está.
Como nem tudo são flores, o final do filme acaba deixando um pouco a desejar. Com um desfecho com muitas pontas soltas, algo normal em qualquer filme sobre um assunto tão paradoxal como viagem no tempo, acaba sendo um pouco covarde no fim, com o nem sempre aplicável "final feliz". Bem diferente do mangá japonês do qual o filme foi adaptado. Mesmo assim, ainda é uma excelente pedida, sendo um filme leve, divertido e instigante. E, se esse texto não conseguiu convencê-lo a assistir o filme, é só dar um save, e ir assisti-lo. Se não gostar, dê um load, que não vai ter perdido tempo nenhum.
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