A Steam é líder de mercado quando se trata de plataforma de compra de jogos por download digital. A empresa de Gabe Newell é quase uma religião para os aficionados por PC e foi responsável por grandes mudanças no mercado gamer nos últimos anos. Primeiro a facilidade que se tornou ter jogos originais, tanto pela comodidade do download digital quanto pelo preço. Afinal de contas, quem nunca torrou uma montanha de dinheiro nas promoções de meio e final de ano da Steam e até hoje nunca jogou aquilo que comprou? Ou seja com o advento da Steam e a adaptação para o mercado brasileiro, ter um jogo pirata hoje só é justificável em caso de lançamentos AAA, quando as empresas cobram absurdos como 120 reais por um jogo, se o lançamento saísse por preços aceitáveis na faixa dos 60 a 80 reais e o jogo pague em diversão o que foi gasto, a pirataria de jogos se aproximaria do seu fim.
A segunda foi a revolução Indie. Pequenos estúdios criando grandes jogos nunca foram surpresa no mercado de jogos, mas a Steam proporcionou o acesso ilimitado a uma gama infinita de jogos de pequenas produtoras, que ás vezes contam com 3 ou 4 pessoas fazendo todo o trabalho. A maioria dos jogos indies não investe em gráficos, investe em jogabilidade e diversão e isso foi um fator decisivo num mercado cada vez mais saturado de jogos repetidos. Hoje, jogos indies ganharam destaque e provavelmente sua biblioteca de jogos é composta por sua grande maioria por eles e aposto que se você buscar na sua memória, vai ver que os melhores momentos que passou jogando recentemente foram neles.
Mas parece que a Steam ainda não esgotou seu arsenal de inventividade para o mercado gamer. Obviamente que aqui não levarei em conta a chegada do SteamOS e do Steam Hardware, a enorme proposta da empresa que pretende inserir a empresa no mercado de "consoles". Ambicioso e com a força da Steam no PC, uma derrocada não abalaria a reputação da empresa quanto ao seu principal nicho.
Contudo, o objetivo de discussão desse post é falar da nova estratégia da Steam: a venda de jogos por acesso antecipado. Começou sorrateiramente e devagar, mas hoje, se você entrar na página de destaque da Steam, estão sendo ofertados lá 2 jogos via acesso antecipado e são os primeiros anúncios do scroll. Porém, ao longo da semana em alguns dias você chega a ver 4 ou 5 jogos, fora a alta rotatividade de jogos sendo destacados pela empresa.
Não confunda aqui Acesso Antecipado com pré-venda, coisa que as grandes empresas fazem para evitar muito prejuízo caso o jogo seja um desastre. O Acesso antecipado é diferente, ele te dá acesso as fases de desenvolvimento do jogo e você é peça importante para os desenvolvedores irem acertando o que está errado e evitar o desapontamento com um péssimo jogo.
Eu acredito que é muito legal esse reconhecimento dos desenvolvedores em ter ao seu lado quem realmente importa e tomando como fundamental a opinião de quem vai jogar. Talvez seja esse o grande ponto dessa modalidade de vendas: saber que você, como jogador, pode fazer a diferença para transformar um jogo marromenos em um grande jogo.
Porém, as empresas e a própria Steam estão pecando em um detalhe importante, o preço. Você pagaria de 30 a 50 reais para ter acesso antecipado a um jogo que pode ser muito ruim mesmo durante o lançamento? O grande charme dos jogos indies é que eles além de bons são super baratos, você chega a comprar grandes bundles ou até mesmo pegar excelentes promoções e com esse mesmo dinheiro, compraria de 5 a 20 jogos, dependendo da sorte.
Eu acho excelente a ideia, mas a execução, na forma de preço está meio errada. Talvez eles queiram que apenas quem realmente se interessa e está afim do jogo ajudando, mas a grande massa de jogadores, aquela que só vai saber da existência do mesmo após o lançamento e um devido sucesso, fica marginalizada e nunca vai se sentir atraída para tal coisa. Talvez se a Steam aliasse o que deu certo com a sua revolução indie em conjunto com o valor que o Acesso Antecipado dá aos jogadores, eles teriam em mãos mais uma ferramenta para deixar qualquer dono de console injuriado.
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